Monitoramento e vigilância no celular

A utilização de câmeras de vigilância para minimizar a violência está na pauta do dia. O debate eleitoral em Salvador tem como uma das principais discussões o uso destas câmeras no enfrentamento da insegurança.

Matéria do A Tarde (versão impressa) aborda a tecnologia (MobVision) que permite visualizar, através do celular e internet, as imagens captadas pelo circuito fechado de televisão (CFTV).

De acordo com a reportagem, o sistema funciona em todo o Brasil e em qualquer aparelho e operadora, desde que tenha acesso à internet por GPRS ou 3G e um console Java instalado.

O gráfico abaixo explica a funcionalidade do sistema:

mobvision

Análise do site do Correio


Se excelente fora a palavra para definir o novo Correio, em sua versão impressa, péssimo é o resultado final da avaliação do site do Correio. Para não ficar só nos adjetivos negativos adotarei como metodologia os pontos-chaves, propostos pelo professor Marcos Palácios, para pensarmos o ciberjornalismo. A saber:

1- Interatividade – capacidade de fazer com que o leitor/usuário sinta-se parte do processo noticioso, ou literalmente interaja com o conteúdo.

2- Personalização –
opção oferecida ao usuário para configurar os produtos jornalísticos de acordo com os seus interesses individuais. Assim, quando o site é acessado, este já é carregado na máquina do usuário atendendo aos padrões previamente estabelecidos, por exemplo.

3- Hipertextualidade –
possibilidade de interconectar textos através de links.

4- Multimidialidade –
convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico.

5- Memória – o acúmulo das informações é mais viável técnica e economicamente do que em outras mídias. A memória pode ser recuperada tanto no nível do produtor da informação como do usuário.

Aplicando tais conceitos na análise do Correio temos o seguinte resultado:

Interatividade –
está restrita ao “comentário”, “indique” a matéria por e-mail e o fórum de discussões, interação reativa, só isso. Chats com jornalistas, troca de e-mails entre leitores e jornalistas ou debate aberto no sítio jornalístico, por exemplo, não fora explorado pelo Correio. Existe ainda as tradicionais enquetes, que não teve nenhuma relação com o conteúdo abordado. Uma das perguntas do dia foi: O que você prefere: acarajé, abará, tanto faz.

Fiquei hiper feliz ao ver a seção “VC no Correio”. Pensei que iria encontrar um ode à produção colaborativa, mas tudo o que tinha lá foi imagens enviadas por leitores (aliás como eles mandaram as fotos?), enquetes e uma espécie de “opinião do leitor” velha de guerra.

É inacreditável que em uma seção com este título não tenha sequer uma frase/botton: Mande sua notícia. Colabore com o Correio. Aqui você faz a notícia. Ou o simples: Sugira uma pauta…

Impossível produzir o jornal com “o que a Bahia quer saber” sem levar em conta o conteúdo colaborativo.

2- Personalização – não existe.

3- Hipertextualidade – Onde estão os links do Correio? Certamente deve ter dado algum erro na página. A turma vai produzir jornal na internet, sem conteúdo relacionado? Sem hipertexto?

É primário dizer, mas o hipertexto é a estrutura básica de um texto na web.

4- Multimidialidade – Tem também uma seção chamada Multimídia. Narrativas jornalísticas com videocast, podcast, infográficos potencializando a forma de se contar as histórias? Nada disso, vídeos do You Tube e afins, assim como a Galeria de Imagens.

Penso que não faz sentido a seção Multimídia. O conteúdo multimídia deve estar integrado à matéria, assim como os hipertextos.  Será que a seção “multimídia” não passará de um depósito de vídeos e imagens?

5- Memória – Acreditem. Apenas na editoria 24h existe um campo destinado a busca por notícias. Jornalismo em Base de Dados nem pensar.

Para os que chegaram até aqui, certamente, não se assustarão quando eu comentar que os as colunas estão travestidas de blogs, que o layout dos blogs é pior do que o zip.net do UOL, que não há links externos e também estão descontentes com a falta de diálogo do Correio com os blogueiros baianos. No mínimo poderiam lançar o obsoleto modelo Yahoo Post!, algo como Correio Post!.

As matérias devem ter mais de seis linhas. Objetividade não significa “castrar” informações úteis para a compreensão do fato. A navegabilidade está prejudicada com a mono-editoria 24h. Talvez se adicionassem um sub-menu nesta seção apresentando o leque de sub-editoras e o conteúdo fosse agregado/classificado por sub-editorias torne mais agradável “navegar” no site, afinal eles já sabem que o leitor não tem tempo a perder. Eu perdi muito tempo procurando informações.

Mas, cabe registrar que, numa média de 5 minutos, uma informação é publicada no site, ou seja, a turma está produzindo, falta mesmo organizar o conteúdo e apresentá-lo melhor. Além disso, falta RSS, um microblog, blog da redação (mas um blog mesmo), infográficos, previsão do tempo, animar a página, melhorar a dinâmica da arquitetura, o jornal está sem vida. Corrigir as quebras de linhas. Definir o que é realmente interessante, o que merece destaque. O site é um mosaico. Melhorar o flip. Aumentar a fonte da manchete…

Existe uma tecla “delete”. Apertem-na.

Tenho certeza que o site passará por mudanças. A equipe do Correio já mostrou que tem potencial, vejam o impresso…magistral, primoroso, cândido, harmonioso.

O que é o que A Tarde tem?

Tem me assustado o método que o A Tarde apresenta suas novas funcionalidades e produtos. A nova versão digital, prometida para o dia 5 de agosto e reprogramada para o dia 31 deste mês começa a aparecer em doses homeopáticas.

Primeiro fora o lançamento dos vídeos para o integrar o noticiário do jornal baiano. Em nota divulgada o veículo dizia “ampliar a oferta de conteúdo multimídia” com a simples disponibilização de vídeos em seu site. Estranho…

Agora foi a vez do A Tarde potencializar os seus blogs, a divulgação é claro. Teve até chamada na capa do impresso.  O conteúdo veiculado nestes blogs ainda está na fase transpositiva, a etapa primária do ciberjornalismo: as matérias publicadas no impresso vão para o site. Só falta falar que isso é cross-media. O pior é que anunciaram o “velho” como novo.

Estou a pensar…diante de anúncios de modernidade da imprensa baiana serão essas as “novidades” que o A Tarde irá implantar?

Plenária de comunicação em Salvador reúne 662 participantes

A comunicação é um direito e não existe democracia sem a democratização dos meios de comunicação. Estas foram as duas “macro-teses” defendidas na Plenária de Comunicação de Salvador, etapa preparatória para Conferência Estadual de Comunicação, a ser realizada de 14 a 16 de agosto, na capital baiana.

Vale ressaltar que a Bahia é o primeiro Estado do Brasil a realizar a Conferência de Comunicação.

O evento, que fora realizado ontem, na Escola Parque, na Caixa D`Água, reuniu 662 representantes de movimentos sociais, ONG`s, partidos políticos, sindicatos, terreiro de candomblé, comunicadores e muitos estudantes dos territórios da Região Metropolitana de Salvador e do Recôncavo.

O grupo teatral “1 de maio” abordou a relação da política com rádios comunitárias, quase sempre de dominação ou apropriação das rádios por agentes políticos em busca de “voto” e/ou capital simbólico.

Grupo teatral 1 de maio

A mesa de abertura contou com a presença da presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Kardé Mourão, do presidente do Conselho Estadual de Cultura, Albino Rubim, representante do Sindicato dos Radialistas e Publicitários da Bahia, Everaldo Monteiro, André Araújo, representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação, secretário de Comunicação do Estado, Robinson Almeida e do representante do GT Comunicação, Giovandro Ferreira.

Mesa de abertura

Ambos destacaram a importância do debate para a construção democrática de políticas públicas para a comunicação, visando a promoção da cidadania e a inclusão social. Outro ponto abordado fora a “ativação” do Conselho Estadual de Comunicação, que já existe em lei e no papel continua.

Como a comunicação e as novas tecnologias podem ser apropriadas objetivando a cidadania e a transformação social fora a tônica do eixo temático Cidadania e TIC`s, do qual participei e fui eleito representante para a etapa estadual. Sivaldo, do Intervozes e Fabiana do CMI e Ponto de Cultura fizeram o papel de sensibilizadores comentando software livre, TV Digital, liberação do pólo emissor e as reconfigurações no fluxo comunicacional (um-todos para todos-todos), cultura digital…

Entretanto a turma do Grupo de Trabalho (GT), formado basicamente de estudantes, puxou o debate para a profissionalização, a necessidade na mudança curricular nas escolas para capacitar os alunos no que tange as novas tecnologias e linhas de crédito para fomentar a compra de computadores por pessoas de baixa renda.

Sinceramente, não esperava grandes debates neste GT, a começar pela quantidade de inscritos para o eixo temático. Enquanto Políticas Públicas de Comunicação formou cinco salas com 30/35 pessoas em cada uma, Cidadania e Novas TIC rendeu apenas duas salas com 25 na nossa e 20 na outra.

Além disso, cabe lembrar que a Bahia ocupa a 20ª posição entre os 27 estados brasileiros no ranking de acesso à web. Na Bahia, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), 87,1% dos baianos com idade acima de 10 anos não acessaram a internet em 2005. Apenas 12,9% dos baianos com idade acima de 10 anos – 1.443.600 pessoas – tiveram acesso à internet. Logo, era esperado que o centro do debate fosse a inclusão sócio-digital.

Por isso, a proposta principal (cada grupo precisava selecionar apenas um ponto) do GT fora a transformação dos Centros Digitais de Cidadania em “Centros de Comunicação Pública”, formado por equipe multidisciplinar (artistas, professores, comunicadores…) para compartilhar conhecimento, sendo a gestão compartilhada com a comunidade, visando adequar as atividades dos Centros mais próximas das pessoas e de acordo com a realidade local.

Quem paga a conta é o poder público e/ou iniciativa privada. Além disso, esses Centros de Comunicação Pública devem ter equipamentos multimidiaticos para fomentar a produção da comunidade. A idéia é a criação de um portal colaborativo para veiculação dos produtos realizados nos Centros e que as escolas, associações comunitárias/moradores e afins utilizem também os Centros para educar/profissionalizar.

Nos corredores ainda conversei sobre a campanha da FENAJ pela defesa do diploma com o SINJORBA, criação da TV Comunitária em Salvador, jornalismo, blogs (com os novos conhecidos Eliel e Marcos da Cruz) e algumas experiências sócio-culturais envolvendo tecnologia e educação e assinei o abaixo-assinado pela Conferência Nacional de Comunicação. Por fim, aplaudi a palestra do prof. Emiliano José que alertou ao plenário “o jornalismo precisa servir a sociedade e não ao capitalismo”.

Fiz a cobertura via twitter, a Jacy Coelho esteve lá e escreveu um post e a AGECOM fez a cobertura da Conferência.

*Fotos do Roberto Viana/AGECOM

Digitalização da comunicação

é o tema da XI Semana de Comunicação (SECOM) organizada pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social da UCSal, a ser realizado de 5 a 10 de maio, em Salvador-Ba. Dêem uma olhada na descrição do evento:

Objetivo: apresentar aos participantes a adequada utilização da comunicação digital integrada à estratégia geral das organizações, através das seguintes abordagens: os fundamentos das tecnologias digitais de informação e comunicação; as estratégias de comunicação digital e públicos estratégicos; a edição para o mundo digital; e-mail marketing e inteligência empresarial; a análise da gestão da informação e presença digital das organizações; os critérios de avaliação de websites inseridos nas estratégias de comunicação das empresas.
Público-Alvo: estudantes de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Jornalismo, Rádio, TV e Cinema), Administração de Empresas e interessados.
Atividades: oficinas; mini-cursos; painéis; exibições de documentário e filme; exposições fotográficas; apresentações artístico-culturais (aguarde programação completa).
Local: Campus da Lapa (Av. Joana Angélica, 362 – Nazaré)
Inscrições: até o dia 5 de maio, no Centro Acadêmico de Comunicação Social – Campus da Lapa
Investimento: R$ 5,00
Realização: Centro Acadêmico de Comunicação Social da UCSal

Hipervídeo

Falta hipertexto nos vídeos publicados no You Tube, por exemplo. Que dizer faltava. Soube através da Folha de São Paulo do Asterpix, tecnologia que permite adicionar notas e links nas imagens rompendo assim, com a linearidade do audiovisual.

Os links e informações adicionais mudam a percepção do vídeo. Permite maior navegabilidade e um nível de atenção/relação/consumo mais plural.

A matéria explica a funcionalidade do Asterpix:

O hipervídeo permite incluir notas e links nas imagens, tornando-os clicáveis e fazendo com que o usuário obtenha mais informações sobre os objetos marcados –também é possível navegar diretamente para cenas específicas, sem ter que assistir ao clipe inteiro.

As notas e links no filme são feitos por criadores de conteúdo. Para se tornar um, basta fazer um cadastro simples.

Em seguida, você escolhe um vídeo, clica em Go to your own version (faça sua própria versão) e em Notes –aí você consegue colocar notas, escolher o tempo que elas ficarão na tela e, também, selecionar o comando Embed da versão para colocá-lo no seu blog.

Com o Asterpix Pro, que é pago, é possível incluir vídeos de autoria própria. Desenvolvido pela New Enterprise Associates, o Asterpix conta com cerca de 17 mil vídeos em seu acervo e tenta se popularizar desenvolvendo ferramentas para redes sociais, como o Facebook.

O Consumo da Informação e as Novas Tecnologias,

foi o tema do Seminário realizado pelo Centro de Excelência da Informação (CEI), do Grupo A TARDE em parceria com as Faculdades Jorge Amado (FJA). O Seminário contou com a presença dos professores Alex Primo (UFRGS), Antonio Cabral (FGV) e Marcos Palacios (Facom-UFBA).

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Da esquerda para direita, Primo, Cabral e Palacios

Dessa vez pude chegar mais cedo, ficar até o final e o melhor: conversar pessoalmente com os pensadores acima. E esse conversar foi interessante, considerando que o blog do GJOL e do Alex Primo são minhas leituras diárias, essenciais para a compreensão da cibercultura, jornalismo digital, blogs e afins.

Então, pude encontrá-los ali, bater um papo e tal. Esse encontro pode servir como metáfora para o que Alex Primo chama de “conversas fluidas” na blogosfera, que podem acontecer:

– intra-blog (comentários);

– inter-blog (link para outros blogs ou post como resposta/referência a uma publicação anterior);

– extra-blog (o exemplo citado)

A conversa teve um enfoque maior na palestra de Primo, intitulada “Blogs, redes sociais, memes, marketing viral e credibilidade”.

* Credibilidade dos blogs/blogosfera

Retomou a campanha kamikase do Estadão contra a blogosfera, pontuando o equívoco conceitual do jornal ao comparar macacos com blogueiros. A reação da blogosfera também foi evidenciada, bem como o seu resultado: um evento organizado pelo Estadão com a presença de blogueiros e pesquisadores para minimizar/esclarecer a campanha.

O que achei mais interessante dessa parte foi ao Primo dizer que precisamos abandonar o “óculos da modernidade” para analisar dinâmicas pós-modernas. E como isso se manifesta nos blogs?

*O que são blogs?

Aos “óculos da modernidade” blogs são:

– sistema facilitado de publicação;

– diário íntimo;

– jornalismo.

A proposta dele é que existem três sentidos para os blogs:

1- Blog como programa – WordPress, LiveJournal, Blogspot..

2- Blog como espaço – Achei o seu blog no google. Publiquei no meu blog.

3- Blog como texto – esse post, por exemplo.

Esses sentidos não são estanques. O blog enquanto programa não tem apenas a finalidade de publicar texto, pode ser usado para ganhar $$$, para as empresas manterem o diálogo com seus clientes. O blog como espaço potencializa as relações sociais e as conversações que acontecem:

– conversa com os outros e com o self;

– você escreve enquanto pensa (acho que falarei das memes e marketing viral a seguir)

Primo falou de algumas memes e alguns casos de marketing viral. Porém, problematizou essas práticas/dinâmicas.

“a comunicação humana não tem características apenas de transmitir informação, o sujeito adapta, acrescenta, reconfigura e passa para frente um novo produto/fala”, disse Alex Primo em sua crítica de que a transmissão viral é um processo aditivo.

<<Você precisará ler esse post aqui para entender>>

Antonio Cabral (especialista em direito autoral)

Fora uma apresentação recheada de dados e reflexões. Não teve um foco específico, como ele mesmo disse a sua palestra seria “ampla sem focar em determinado aspecto”, portanto compartilho alguns deles:

– a indústria cultural não adaptou-se as necessidades dos usuários, principalmente no que tange o acesso ao conhecimento (potencializado pela internet) que a indústria continua na tentativa de restringir o acesso livre ou sob outra lógica de consumo à música, livro, vídeos….quando não, pune os “infratores” das leis obsoletas.

– Cabral sustentou que a sociedade não enxerga como um “crime” fazer um download na internet de uma música ou do filme Tropa de Elite.

– Apresentou alguns dados interessantes como:

> 85% dos fonogramas pertencem à Sony/BMG

> Ivete Sangalo ganha apenas 8% do valor da venda dos seus cd’s/dvd’s, isso porque é uma artista de “peso”. Em contraponto a esse modelo de negócio, Cabral destacou o tecnobrega do Pará (Calypso), onde os próprios artistas produzem o seu material e entrega ao mercado informal “camelô”, que funcionam como divulgadores do trabalho (já economizam o jabá nas rádios) para que eles (os artistas) possam ganhar dinheiro com show.

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E haja papel e caneta para anotar os dados

> 150 milhões de obras já foram registradas com o Creative Commons. Uma boa alternativa jurídica, segundo ele para facilitar o acesso ao conhecimento.

> No Rio de Janeiro, 97% das salas de exibição de filmes pertencem a “rolyudi”.

> O direito controla a realidade, porém esse controle é materializado nas leis. O problema é que para elaborar uma lei é preciso

1. De um fato;

2. O valor (positivo ou negativo) que a sociedade irá atribuir a esse fato;

3. Cria-se uma norma.

Logo, o Direito estará sempre atrasado no que tange as necessidades sociais.

> Na Alemanha, após 2 anos sem a edição de um livro, ele pode ser copiado integralmente.

> O marco regulatório da tevê digital subtraiu as potencialidades da interação. O DRM, por exemplo impedirá que o usuário faça cópias da programação (você poderá gravar no aparelho, mas não poderá transpor para outro suporte, como gravar em um DVD). Para Cabral é um retrocesso, além disso os empresários da comunicação, com ajuda do Ministro das Comunicações, Hélio Costa, conseguiram aumentar o tamanho da”banda” o que resultará em menos novos canais.

Marcos Palacios

Respondeu ao questionamento: o que está acontecendo com o jornalismo diante das novas tecnologias? Ou qual é o lugar dos jornalistas?

Palacios explicou que a liberação do pólo emissor gerou uma plurivocalidade, que pode ser conceituada como “efeito conversacional”. Os limites entre ser emissor e receptor é bastante frágil, agora o sujeito pode ser emissor e receptor simultaneamente.

A esfera pública é ampliada, uma vez que surgem novas vozes e nos espaços para o debate. Palacios acredita que este fenômeno cria novas oportunidades para o jornalista se “encaixar” no mercado.

O desafio para os profissionais de comunicação seria o de:

“selecionar e organizar as informações no que tange a sua hierarquia e o contexto”

Palacios argumenta que existe um excesso de informação e que o jornalista, devido a sua formação e o seu papel histórico precisa repensar os seus habitus e práticas. Não haverá futuro para profissional que entenda e goste de apenas um suporte (impresso, rádio, tevê). É preciso ser jornalista e produzir conteúdo para diversas mídias, simultaneamente.

“o jornalista é um agente social e cria uma forma específica de informação organizada e portanto, uma forma de conhecimento”.

Ironizando os publicitários, administradores, gestores que criam as fórmulas dos 4 elementos para explicar determinado aspecto, Palacios propõe que o jornalismo precisa ser calcado nos 4Cs:

1. Convergência

– reorganização do modelo de negócio;

– reorganização da rotina de trabalho;

– redefinição das competências profissionais

– diluição das fronteiras profissionais.

2. Contexto

– elaborar produtos específicos para determinada mídia e público.

– além de claro, contextualizar o fato…

3. Comunidade

– evoluir de uma comunidade de leitores (passivos) para uma comunidade de co-autores/ comunidade conversacional.

4. Co-envolvimento

– como exemplo o beatblogging.org que discute a pauta com a comunidade seja por proximidade geográfica/conhecimento que pode sugerir ângulos, fontes, desdobramentos sobre a pauta proposta.