O Destino do Jornal

Para o povo que está em São Paulo, vale a pena conferir o lançamento do livro, O Destino do Jornal (Record), do Lourival Sant’Anna, a ser realizado na próxima segunda-feira (30/6) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073).

Afinal, o jornal impresso diário vai acabar? Se ele sobreviver, em que condições isso acontecerá?. São algumas dos questionamentos que o autor responde no livro.

Às 19h30 haverá um debate com Otávio Frias Filho, diretor editorial da Folha de S. Paulo, Rodolfo Fernandes, diretor de Redação de O Globo, e Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo de O Estado de S. Paulo, ambos veículos foram pesquisados por Louviral em sua dissertação de mestrado (que originou o livro).

IG: o capitalismo midiático continua o mesmo

Após o estardalhaço da retirada do ar do site “Conversa Afiada”, de Paulo Henrique Amorim, uma lição aprende-se dessa história toda:

“A única responsabilidade social de uma empresa é aumentar seus benefícios” (Friedman)

Em tempo de jornalismo open source, web 2.0, mídia pós-massiva e receptor ativo, IG mostra que as lógicas empresarias pouco mudaram. O cliente tem sempre razão? Que nada. Dane-se o consumidor. Sim, porque no entender as empresas de comunicação a notícia é um mero produto e o leitor um simples consumidor.

<<Os leitores do IG protestaram. Leia aqui>>

Não me perguntem os motivos do IG ter retirado o site do ar sem nenhuma explicação. Assim, como não me perguntem os motivos do Paulo Henrique Amorin, com o capital simbólico que possui ficar atrelado a um portal como o IG. Já não passou da hora dos jornalistas deixarem de ser operários da comunicação e cuidarem de suas próprias vidas?

E aí, as faculdades desempenham um papel fundamental. Ouço muitas queixas de que a academia não está concatenada ao mercado e/ou demandas sociais. Mas são poucos os debates sobre como o recém-formado pode ganhar dinheiro, com blogs, por exemplo. As faculdades precisam estar atentas aos novos nichos de mercado e possibilidades empreendedoras.

No final, quem perdeu foi o IG, porque o Paulo Henrique Amorin já está de casa nova. Escreveu ele em seu site:

“Essa é a virtude a internet: último reduto do jornalismo independente.”

Pelo visto aprendeu a lição.

Estudo da Prof. Dra.Bella Palomo revela o perfil dos jornalistas-blogueiros

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A notícia deste post é antiga e já circulou em diversos blogs. De qualquer forma publico-a para manter nos arquivos do herdeirodocaos para eventuais consultas. O post diz respeito ao perfil dos jornalistas-blogueiros em 20 países iberoamericanos. O estudo fora realizado Prof. Dra. María Bella Palomo Torres, do Departamento de Periodismo da Universidade de Málaga, Espanha e sinaliza:

  • 75% tem menos de 40 anos.
  • 3 em cada 10 blogs são mantidos por mulheres.
  • A metade dos jornalistas iberoamericanos com blog tem várias ocupações profissionais.
  • Os jornalistas menos atraídos pelo chamado “jornalismo 3.0″ são aqueles dedicados ao setor audiovisual e a comunicação institucional.
  • 3 em cada 4 entrevistados consideram que praticam jornalismo de opinião através do blog.
  • 61,9% acredita que a maior conquista de seu blog foi falar com a audiência.
  • 52,4% alegou ter uma liberdade editorial que não tem no meio para o qual trabalha.
  • Somente 3% ganhou algum dinheiro com o blog.
  • 63% recebe comentários ofensivos.
  • 40% já recebeu ofertas de trabalho através do blog.
  • 63% não se preocupa com a questão do copyright.
  • 35% sabe que em alguna ocasião plagiaram conteúdos de seu blog.
  • 60% já incorporou alguma vez elementos multimedia em seu blog.

 <<Confira o vídeo>>

Via Intermezzo

Jornalismo na Internet, parte 3

Profissionais, docentes e as Universidades precisam mudar, urgentemente, o modos operandi do “fazer” e ensinar jornalismo.

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O alerta foi do Prof. Dr. Koldo Meso (Universidad del País Vasco), durante a sua palestra “Enseñanza del Ciberperiodismo en la Universidad española”, no terceiro dia do mini-curso “Jornalismo na Internet”, realizado pelo GJOL, no auditório da FACOM-UFBA.

A tese defendida por Meso aponta que a internet fez com que as Universidades repensassem a sua grade curricular. Isso porque, o ensino do jornalismo, até então, está orientado para capacitação de profissionais voltados para as redações dos mass media. Atualmente espera-se do recém-formado em jornalismo uma formação “multimídia”, novas habilidades e competências para atuarem no ciberjornalismo.

“ A Universidade precisa se adaptar à nova realidade comunicacional para capacitar os futuros profissionais nesse novo campo de atuação, que é a internet. Caso contrário, os novos jornalistas não estarão preparados para o ciberjornalismo”.

Provas da preocupação do Meso: Em 26 universidades da Espanha são oferecidos um total de 1.500 cursos relacionados (direta e indiretamente) ao jornalismo. Porém, deste total, apenas 109 disciplinas tem alguma relação com o jornalismo na internet. Outro dado levanto pelo professor: 40% dos jornalistas declararam-se analfabetos digitais, em pesquisa realizada pela Federação Internacional dos Jornalistas, no ano de 2004.

A tarefa de mudar concepções no “fazer” jornalismo é árdua. Mas, um dado ameniza o problema: 86,90% dos operários das redações do ciberjornalismo são periodistas, ou seja, uma mudança de método e filosofia das Universidades na formação de novos profissionais da comunicação causará um impacto (positivo) para o jornalismo digital.

Faça você mesmo
Entre as características essenciais para o periodista digital:

  • conhecimento das novas ferramentas de informação e comunicação;
  • aquisição de conteúdos teóricos e práticos que orientem a execução do ciberjornalismo;
  • redação de mensagens para diferentes “formatos”, com linguagem próprias a cada um destes;
  • compreender o grau de noticiabilidade para web;
  • possuir uma enorme capacidade para aprender, reciclagem contínua, multifuncionalidade e tecnologicamente ativo.

Os principais problemas da produção de conteúdo na web

O futuro do ciberjornalismo

Muito além da pauta

É uma tarefa complexa: elaborar uma pauta ou cumpri-la. O elemento essencial neste processo é identificar as fontes para enriquecerem a narrativa jornalística.

Atento a essas necessidades, Jay Rosen teve a idéia que aproximar as fontes, seja por conhecimentos técnicos ou proximidade geográfica em relação a pauta trabalhada, dos jornalistas. Desta forma, os coleguinhas de profissão poderiam estabelecer contatos com essas fontes potenciais para receber sugestões, críticas, elogios durante o desenvolvimento da pauta.

Será que os periodistas descerão do pedestal da vaidade e prepotência para estabelecer o “diálogo” com as fontes?

A idéia de Rosen está versão experimental. Confira o blog criado para testar a iniciativa, que envolve repórteres de 12 jornais e TVs norte-americanas.

Dica do GJOL.