“Entender o comportamento do consumidor é fundamental para um planejamento estratégico”, diz Felipe Morais

Em continuidade a série de entrevista “3 perguntar para” questionamos ao autor do (bom) livro Planejamento Estratégico Digital, Felipe Morais, os desafios em tempos de comunicação integrada e baseada em redes sociais e as diferenças entre o planejamento offline e online.  Confira o bate-papo por e-mail com o especialista:

Felipe Morais | Divulgação

Yuri Almeida- Existe (m) diferença (s) ao elaborar um planejamento estratégico para um marca/empresa “offline” e “online”? Qual (is) essa (s) diferença (s)?

Felipe Morais – Sim. Mesmo que tudo seja comunicação, é importante salientar que as respostas são diferentes. Vender um carro pela TV é diferente de vender pela web, pois no digital é possível um nível de interação muito maior, por outro lado, um comercial na TV vai provocar que o usuário vá para a web conhecer mais sobre o produto.

Essa é a diferença, pois a metodologia de planejamento acaba sendo a mesma, onde, basicamente o planner deve ligar o consumidor com as marcas, entendendo o objetivo da marca, quem é esse consumidor – entender a fundo – pesquisar o cenário e mercado em que a marca está inserida e traçar a estratégia, para isso independe se é on ou off.

Y.A – Quais elementos são imprescindíveis em um planejamento estratégico?

FM- Entender o comportamento do consumidor. Saber quem é, o que faz, como faz, porque compra, onde compra, quem influencia e como interage com o produto. Isso é essencial. O Planner também deve ser um eterno curioso! Pesquisar tudo a todo o momento. Entender e analisar tudo. Se colocar no lugar do consumidor e entender como comprar. Planners devem ir para a rua conhecer a fundo seu público.

Y.A – Aqui na Bahia, a maior parte das “grandes” agências de publicidade não contam com núcleo digital – geralmente terceirizam o serviço para agências “menores” especializadas. Tal cenário pode prejudicar a elaboração e/ou execução do planejamento estratégico?

FM – Depende da integração. Recentemente vivi essa experiência e sinceramente não foi nada positiva pelo alto ego da agência offline. Se as duas agências se focarem no resultado para o cliente e esquecerem o ego, as chances de dar certo são maiores. Já vi casos assim. Tudo depende da integração entre as agências e do pulso firme do cliente.

Publicidade 2.0

Sou daqueles que acreditam que a publicidade serve apenas para esconder a mais-valia e péssima qualidade dos produtos em embalagens atraentes e vistosas, quando não frases, conceitos e slogan distantes da real propriedades dos produtos anunciados.

Porém, a campanha da L’Oréal – O que está acontecendo com a Grazi? – é realmente interessante. Em outro post discuti o fator “atenção” na internet. Gastamos muito tempo na internet, logo, desenvolver campanhas que atraiam a atenção do público e “gerem” um “gastar tempo” interessante para audiência é a melhor alternativa para promover uma marca/produto.

A campanha da L’Oréal é exemplo deste “gastar tempo”, com pinceladas de interação com o consumidor/interagente. Gostei como a agência contratada, Publicidade Interativa trabalhou o cross media para promover o produto. Vale a pena dar uma olhada.

Aproveitando o título deste post, outra iniciativa 2.0 é o Zooppa, espaço para a publicidade realizada através de conteúdos realizados pelos consumidores registrados no nosso site como usuários. O método é simples:

1 Eu te dou uma marca
2 Você faz um anúncio
3 Você vota no melhor
4 Eu te pago

Segundo a Zooppa, este modelo de publicidade colaborativa “significa estimular o talento criativo de todos aqueles que normalmente não têm voz no mundo tradicional da publicidade”.