Brasileiro é o que mais consume notícias em dispositivos móveis

Pesquisa da comScore aponta que os brasileiros são os usuários que mais leem jornais por meio dos tablets. No que tange o acesso ao conteúdo, 31,8% do tráfego de notícias é oriundo do iPads. Em segundo figura o iPhone, com 21%.

O mais curioso é que os leitores consomem conteúdo duas vezes mais, via tablets, do que em PCs. O acesso móvel representa apenas 1% do total de acesso à Web.

Apesar da baixa popularidade, o iPad lidera o acesso à Internet, a partir de dispositivos móveis, com 32%, seguido pelo iPhone (21%) e em terceiro o Android (11,7%). O iPad também lidera o ranking do tablet mais utilizado no Brasil.

“Jornalismo colaborativo deve estar associado a atuação em mídias sociais”, defende Ana Brambilla

Este post inicia uma série de entrevistas, intitulada 3 perguntas para, com pesquisadores, especialistas e profissionais que atuam/pensam a cibercultura, jornalismo, mídias sociais entre outros, para potencializar o debate sobre desafios e oportunidades acerca das temáticas.

A primeira entrevista da série foi realizada, por e-mail, com a Ana Brambilla, referência na pesquisa do jornalismo colaborativo e gestão em mídias sociais. Vamos ao que interess: 3 perguntas para…

Yuri Almeida – Após uma década de um jornalismo colaborativo, quais os avanços, erros e os desafios para os processos de produção de conteúdo colaborativo?

Ana Brambilla – Os avanços foram claros: iniciativas de jornalismo colaborativo se multiplicaram em players de mídia tradicional, especialmente aquelas com representação online. Existe, porém, um avanço não tão óbvio, que foi o amadurecimento da consciência colaborativa do público. Mérito dos veículos? Talvez.

Certamente, a facilidade da tecnologia sempre disponível para registro e envio de material também teve contribuição. Mas mais do que esses dois fatores há uma tomada de noção da realidade particular como de interesse jornalístico. Isso fez com que mais pessoas contribuíssem com veículos a partir de uma situação injusta que presenciassem nas ruas, em órgãos públicos ou em aeroportos. Na verdade, é uma recriação da imagem da mídia como quarto poder, que é acionada quando nada mais funciona para reparar uma situação complicada. A diferença é que ao invés de esperar que o veículo faça a matéria, o próprio público põe a boca no trombone.

A lógica “reality show” também contribuiu para essa tomada de consciência, para essa “vontade de me ver” na mídia e leva o público a compartilhar notícias mais leves, como festas de municípios, fatos inusitados da vizinhança, do campo, fotos de paisagens bonitas, viagens etc.

Como erro, o jornalista profissional não conseguiu incorporar o diálogo pleno, constante com o público no seu dia a dia. Houve progressos visíveis nas redações. Aceitar a interferência dos cidadãos repórteres, editar e publicar as notícias enviadas passou a ser tarefa de editores que jamais pensaram tampouco foram preparados a trabalhar com material do público leigo. Mas aprenderam a fazê-lo. Ocorre que isso ainda não é o suficiente. O jornalismo colaborativo de modo amplo ainda é carente de relacionamento.

Outro erro que percebo é que os veículos que apostaram no modelo mantiveram o conteúdo dos colaboradores literamente “num canto” do site, do exemplar, da programação. Esse material, que é tão jornalístico quanto o produzido pelos profissionais – afinal, foi editado por um jornalista -, ainda não se mistura ao conteúdo de agências, parceiros e da redação. Se tudo é conteúdo editorial, por que a distinção? Então que o conteúdo proveniente de cada tipo dos produtores que citei agora fosse distinguido espacialmente.

Os desafios são nítidos: reverter os erros. Mas vão além e incluem uma estratégia de jornalismo em mídias sociais 100% aliada ao jornalismo colaborativo. Em verdade, não é mais possível separar uma coisa da outra, desde que estejamos falando em jornalismo para mídias sociais de verdade – e não distribuição de links em perfis oficiais de veículos.

YA – O índice de aproveitamento da colaboração dos usuários, em sua grande maioria, ainda é baixo no Brasil. Este cenário deve-se ao perfil dos cidadãos ou a linha editorial dos jornais – que esperam quase sempre um furo de reportagem dos leitores?

AB – O índice de aproveitamento das colaborações é variável. No Terra, vi o VC Repórter aproveitar quase todo o conteúdo enviado pelos leitores – senão todo. Tudo depende de fatores que atuam em combinação, como: volume de colaborações enviadas diariamente, equipe para tratar essa informação, linha editorial do veículo (inclusive se é temático ou genérico) e disponibilidade do público em colaborar.

Não consigo creditar apenas a uma dessas variáveis o fato de alguns veículos ainda não aproveitarem o conteúdo produzido pelo usuário. Creio que aqueles publishers que ainda acreditam que o material produzido pelo público “é lixo ou nós já fizemos” – como certa vez ouvi numa redação – nem se arriscam a ter espaço de jornalismo cidadão em seus produtos.

O furo de reportagem é algo em declínio dentro do próprio jornalismo profissional. Ainda assim, alguns cidadãos conseguem material exclusivo e compartilham com o veículo com que mais se identificam e lhe dá abertura. Mas geralmente são fatos locais – um incêndio, um acidente, uma personalidade vista em situação inusitada – e o local ainda não é devidamente valorizado pelos grandes players.

YA – O rankeamento de notícias (Digg), os modelos baseados em sistema wiki’s ou a mineração de dados ganharam espaço na seara do jornalismo colaborativo. A tendência do jornalismo colaborativo é mudar o foco no indíviduo (blogs, Twitter, relatos testemunhais) para processos mais coletivos?

AB- Rankeamento, wikis e jornalismo de dados podem ser e são processos colaborativos. Ouço, inclusive, quem diga que rankeamento de notícias pode ser mais relevante do que as próprias notícias sendo produzidas pelo público. Discordo. Por uma razão: são processos diferentes, não podem ser comparados.

Todas as formas de trazer o público para dentro do produto jornalístico são válidas do ponto de vista da colaboração. Mas cada uma deve ser tratada dentro da sua pretensão. E isso não significa uma mudança de foco, mas a adesão de novos processos. Se deixar de ter ambientes de UGC porque as pessoas estão preferindo compartilhar do que produzir, aí quem sabe poderemos pensar em uma reconfiguração da colaboração no jornalismo. Ainda assim, a carga criativa da produção de conteúdo nunca será encontrada no rankeamento ou no compartilhamento, por isso acho difícil uma substituição simples.

 

 

 

 

Quando a capa da revista Época virou game…

A revista Época estampou em sua capa desta semana o Space Invader para ilustrar a reportagem “Os hackers invadem o Brasil”. Para além dos erros jornalísticos da matéria, a capa (enquanto ilustração e recurso multimídia) é fantástica, pois permite aos leitores “defender Brasília dos hackers”.

Neste post é explicado o processo de construção da capa e ao clicar na imagem acima é possível jogar Space Invader.

 

 

 

Preparem-se! O Twitter vai publicar anúncios em sua timeline

Preparem-se pois o Twitter irá colocar anúncios publicitários em sua timeline. A medida será paradoxal: se por um lado irá atrair mais empresas e, consequentemente, aumentar o lucro do Twitter, por outro invadirá a privacidade dos usuários e, de certa forma, mudará o objetivo da ferramenta, uma vez na timeline irá aparecer não apenas o conteúdo previamente selecionado, mas também, propaganda.

Atualmente, o Twitter tem como estratégia oferecer tópicos patrocinados no Tends e a promoção de perfis, ambos figuravam na barra lateral da versão Web, sem invadir o espaço do conteúdo. A outra estratégia que também não afeta o uso da ferramenta são os anúncios que aparecem nas buscas.

Curiosamente, o aplicativo HootSuite já posta anúncios na timeline, que na maioria das vezes não tem relação com o perfil dos usuários. Não conheço ninguém que tenha clicado em uma propaganda dessas ou que a medida resultou em grandes resultados.

O Echofon e o Snaptu, em plataformas mobile, também exibem banners publicitários, menos mal, tendo em vista que não invadem a timeline alheia. O próprio Twitter, após pressão dos usuários, teve que retirar os anúncios de seu app para iPhone.

Dito isso, as medidas que o Twitter anunciou como estratégia para aumentar a receita da empresa já são experiências realizadas e, a maioria, sem sucesso.

Jornal abandona site para atuar apenas no Facebook

O jornal hiperlocal Rockville Central, sediado nos Estados Unidos, abandonou a sua homepage (servirá apenas como arquivo das reportagens) para publicar suas notícias apenas no Facebook. As matérias são publicadas na aplicação “Notas” do FB.

O Rockville Central cobre uma pequena região dos EUA, com pouco mais de 60 mil habitantes. No comunicado oficial, onde o jornal explica a decisão de migrar integralmente para o Facebook, destacam:

“Se o Facebook é o lugar onde a maioria das pessoas dedicam seu tempo, por que ter uma Web separada das pessoas? Por que não irmos para onde as pessoas estão?”

Segundo o Rockville Central, via Facebook, o jornal recebeu a maior parte dos comentários e da participação, assim como boa parte dos seus visitantes – o Facebook fica em segundo lugar, atrás apenas do Google.

Apesar do entusiasmo, uma rápida observação da migração do Rockville para o Facebook, indica alguns problemas: a aplicação “Notas” não é adequada para a publicação de conteúdo devido a sua estrutura, é impossível criar tags para os posts ou um campo de busca específico, o Rockville Central também não tem gestão plena da publicidade e, por fim, está submetida as normas e regras do Facebook – que já deletou perfis por falarem de Osama Bin Laden, por exemplo.

Ciclos de Jornalismo irá debater jornalismo em dispositivos móveis

Nesta quarta-feira (29), das 8h30 às 12h, a terceira edição do Ciclos de Jornalismo terá como tema “Jornalismo em Dispositivos Móveis: celulares e tablets trazem nova vida ao jornalismo?”. O evento será realizado no auditório da Facom-UFBA e as inscrições são gratuitas.

A coordenadora de mídias digitais do jornal A Tarde, Iloma Sales, o diretor da Malagueta Interativa, Adelino Mont’Alverne e o especialista em design gráfico e mestrando sobre revistas digitais para dispositivos móveis, autor do blog Papel Digital v.3.0, Rodrigo Cunha, serão os palestrantes.

Acessar redes sociais é o principal uso mobile

Pesquisa da Acision indica que o acesso as redes sociais é o principal uso que os cidadãos fazem no Brasil, quando o assunto é acessar a Web por meio do celular. O estudo frisa ainda que o uso do e-mail nos aparelhos móveis foi menor do que o acesso as redes sociais, nos últimos três meses.

O Facebook, com 65%, é o principal site acessado na categoria redes sociais, seguido pelo Orkut (60%) e pelo Twitter (44%). No total, as páginas de relacionamento totalizam 32% do tempo gasto na navegação via celular. Demais sites representam 19% (segundo lugar) e e-mail, 17%.