Ciberativismo: Da rede para ruas, gamers protestam em SP contra proibição de jogos

Acabo de assistir o filme 300, que mostra a saga de 3oo soldados espartanos em defesa de suas terras, idéias e honra. Com as devidas proporções, 30 nobres guerreiros compareçam ao MASP para o protesto contra a decisão judicial que censurou o Counter-Strike e EverQuest. Parabéns aos que marcaram presença ou ajudaram à distância!!!

Com certeza esse foi o segundo passo (o primeiro foi a própria idéia em realizar o protesto, valendo-se da internet como ferramenta para mobilização social) de uma longa batalha.

Para os veículos de comunicação, eles foram apenas 30 palhaços, gordos viciados em games, nerds e afins que não conseguiram parar a Av. Paulista ou, pelo menos chamar a atenção dos transeuntes. Mas, curiosamente, simples jogadores pautaram a grande mídia, que mandou seus repórteres em campo para realizar a cobertura.

O objetivo foi parar a Av. Paulista? Deveria perguntar o repórter, como manda a regra.

Como resposta ele ouviria:

“O principal motivo do protesto não foi chamar atenção e nem tentar mudar tudo naquele momento, sim conscientizar a imprensa não-especializada, a população em geral, o governo e a justiça sobre o que são os games, quais pontos positivos eles podem trazer, mas sem desconsiderar os pontos negativos que existem em tudo. Foi nosso objetivo também lembrar o fato de que essa proibição é inconstitucional, sem sentido e uma demonstração clara de que essas pessoas não confiam na qualidade da educação que vocês pais são capazes de dar aos seus filhos” (sic).

Disse em post, Marco Aurélio, do blog Recanto do Druida, um dos 300, digo um dos 30 manifestantes.

Me assustou a cobertura midiática sobre o protesto, que focou apenas na quantidade numérica. Mas que diabos esse povo debate mesmo? Novamente, o coleguinha de profissão deveria questionar.

Gustavo Oliveira, em post no blog NoReset, argumentou:

“Embora o grupo de pessoas tenha sido pequeno (em média 30 pessoas), houve muito o que debater, como os precedentes da proibição, bem como suas conseqüências. Discutiu-se também o crescimento da indústria nacional e o total descaso dos políticos brasileiros em relação aos videogames”.

Taí uma boa pauta para os parlamentares e para imprensa. Pelo menos o Sérgio Amadeu apareceu por lá e disse umas verdades (certamente editadas pelo G1) sobre jogos e violência:

“Essa decisão é muito perigosa porque é baseada no preconceito. Não existe nenhuma relação entre games e violência. Essa decisão deve motivar o protesto não só dos jogadores de videogame, mas de todos que defendem a liberdade de expressão no país”, diz Sérgio Amadeu, professor de Comunicação da Cásper Líbero e sociólogo.
Ele cita São Paulo como exemplo de que os locais com maior concentração de games são aqueles com menores índices de violência.

Em breve novas notícias.

Crédito da foto: Renato Bueno/G1

Potencialize o diálogo. Comente!