Banda larga no Brasil é possível?

Sim e não. Vamos começar pelos aspectos negativos que inviabilizam a universalização da banda larga. Não restam dúvidas de que a política escrota de implantação e cobrança das operadoras que comercializam o serviço é o principal entrave para popularização.

De acordo com o estudo realizado pela Cisco (empresa de roteadores e switches), as operadoras de telefonia despertaram interesse em apenas 62% das cidades brasileiras. Entretanto, conforme o art 8º do Plano Geral de Outorgas as prestadoras de serviços de telecomunicações devem universalizar o acesso à banda larga.

Ainda de acordo com o estudo será preciso investir R$ 1,28 bilhão na construção de “backhaul”, que permite a formação da rede (seja por rádio, fibra-optica e linhas privativas). As operadoras já avisaram que não vão inve$tir em localidades que gerarem lucro, ou seja, 37% dos municípios brasileiros continuarão sem acesso à banda larga, caso o governo federal não tome uma atitude firme. Para isso, o primeiro passo é tornar a banda larga um serviço público e exigir que o art 8º seja efetivado.

Agora, para equilibrar o debate o aspecto positivo: avançam os estudos sobre a utilização da infra-estrutura de redes elétricas para disponibilizar o acesso a internet a uma velocidade de 200 Mbps. A Anatel aprovou a criação de uma consulta pública sobre esta alternativa.

O método é mais barato, já que a rede elétrica poderá ser utilizada na distribuição do sinal e não será preciso construir backhaul. Além disso, para os 37% de cidades excluídas dos intere$$es das prestadoras de serviços de telefonia, parece-me ser a alternativa mais viável, sem falar para a população de baixa-renda.